Atletas da Chape fazem doação para a Casa de Passagem de Chapecó

Por trás de cada pessoa em vulnerabilidade social, uma história de muita coragem e superação. Coragem para deixar a situação desconfortável que ocupam e, carregando a roupa do corpo, toda a vida em uma mala e a superação, ir em busca de dias melhores. E superação porque nem sempre é fácil. Na verdade, geralmente a dificuldade se apresenta travestida de “impossível” e vencê-la parece, realmente, improvável. Mas a boa notícia é que por trás de toda a tribulação, há anjos disfarçados de pessoas que enxergam, nesses momentos, a oportunidade de fazer o bem. Exemplo disso é a Casa de Passagem de Chapecó.

Localizada no bairro São Cristovão, em Chapecó, a casa de passagem atende moradores de rua e imigrantes e recebe o seu maior movimento nos dias de frio, quando o resgate social, que encaminha a maioria dos usuários. Basta visitar o espaço e conhecer as pessoas, no entanto, para entender que o acolhimento vai muito além de ceder o espaço físico. Há um cuidado fraternal e, acima de tudo, o respeito e a compreensão despidos de qualquer julgamento.

Na manhã desta quinta-feira (18), quem visitou a casa de passagem para conhecer o local e, principalmente, contribuir, foram os atletas Everaldo e Douglas e o embaixador Jakson Follmann. Representando o grupo de atletas da Chapecoense, eles foram entregar os 120 pares de meias, 68 cuecas, 45 acolchoados, 45 mantas sintéticas, 20 travesseiros e 20 toalhas de banho adquiridos pelos jogadores e doados à instituição.

Para a Primeira Dama de Chapecó, Lúcia Buligon – que participa, ativamente, dos projetos sociais, e acompanhou a entrega dos donativos – o gesto dos atletas serve de exemplo para todos que quiserem ajudar. “A maioria das pessoas que estão aqui dependem 100% das ajudas que recebem. A gente sabe que vocês são pessoas do bem, que fazem as coisas de coração. Mas queremos agradecer… e nos faltam palavras pra dizer o quanto este gesto é importante. (…) É importante que esse gesto da Chapecoense seja mostrado. porque a partir do momento que vocês demonstram que tem esse coração bom e essa intenção de ajudar, isso contagia as outras pessoas a fazer o mesmo. Percebe-se que é um gesto que qualquer um pode fazer, porque não é preciso muita coisa. Qualquer atitude vai somar, vai contribuir”. O zagueiro Douglas, por sua vez, elogiou o trabalho desempenhado pela equipe da casa. “Queremos parabenizar pelo trabalho que vocês desenvolvem aqui, porque sabemos que não é nada fácil. É preciso ter muito carinho com essas pessoas que tanto necessitam”.

Atualmente, a casa de passagem acolhe, em média, 80 pessoas por mês e, com elas, desenvolve um trabalho totalmente humanitário. Todos que passam pela casa recebem suporte desde alimentação, atendimento psicológico e, principalmente, ajuda para voltar ao mercado de trabalho. Para isso, há uma equipe multidisciplinar e muito dedicada, formada pela Secretária do SEASC, Ulda Baldissera, pela Coordenadora da casa, Kátia Beatriz Conci, bem como pelos assistentes sociais, monitores, vigilantes, cozinheiras, responsáveis pela limpeza e todos os que integram o resgate social.  Para frequentar o espaço, no entanto, é preciso cumprir as regras: não consumir substâncias ilícitas, contribuir com as tarefas diárias e respeitar o convívio em grupo.

Conforme mencionado acima, a casa é mantida, em grande parte, pelas doações. Por conta disso, toda a ajuda é bem recebida – desde alimentos, roupas, produtos de higiene pessoal, materiais de limpeza e, também, móveis ou eletrodomésticos. Os interessados em contribuir com a casa podem entrar em contato através do telefone (49) 3322-4953

Por Alessandra Seidel

Foto: Márcio Cunha/ACF

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