O dia 23 de novembro, mais uma vez, entrou para a história da Associação Chapecoense de Futebol. Desta vez, num domingo ensolarado que – para a surpresa de poucos – deu lugar para a chuva, sempre presente nos capítulos mais heróicos da trajetória do clube alviverde. 19.351 torcedores compareceram à Arena Condá; outros tantos, certamente, enviaram vibrações positivas de todos os cantos do Brasil. E foi assim, embalada pelo grito apaixonado de milhares de corações, que o clube carimbou o retorno à elite do futebol brasileiro.
O relógio marcava 16h20 quando Gilmar Dal Pozzo, sedento pelo seu terceiro acesso com a camisa da Chapecoense, entrou no gramado da Arena Condá acompanhado por Lorenzo Padilha e Mattheus Pallaoro – filhos do goleiro Danilo Padilha e do eterno presidente Sandro Pallaoro. Era a resposta para quem ainda duvidava de que a tarde seria marcada pela emoção.
Às 16h33, quando Marcelo de Lima Henrique apitou o início da partida, a Chapecoense já se lançou ao ataque, pressionando a defesa adversária. Aos 10 minutos, no entanto, o ímpeto inicial deu lugar a apreensão quando Perotti sentiu um desconforto muscular e precisou deixar o gramado. Em seu lugar, entrou em campo Neto Pessoa, que aos 31 recebeu na entrada da área e chutou firme, mas Vladimir fez a defesa. A resposta adversária veio no lance seguinte, em finalização rasteira de Lelê, mas Léo Vieira – que já havia aparecido em duas chegadas do time adversário – fez mais uma grande intervenção.
Ao passo em que o ritmo do primeiro tempo diminuía e a tensão aumentava, aos 42 minutos o lateral-direito Everton invadiu a área, foi derrubado por Guilherme Romão e a arbitragem, com convicção, sinalizou pênalti. Na cobrança, Walter Clar deslocou o goleiro e colocou a Chapecoense em vantagem, levando a Arena Condá ao delírio.
Na etapa complementar, o Verdão teve a chance de ampliar o marcador com Ítalo, aos 24, quando o camisa 77 recebeu na ponta esquerda, cortou para o meio e finalizou com força, tirando tinta da trave. Logo na sequência, aos 26, o atacante teve nova oportunidade e carimbou o travessão. Mesmo sem converter em gol as novas oportunidades, a Chape administrou o marcador e, com a vitória parcial e a combinação de resultados – vitórias do Cuiabá e do Remo nas suas respectivas partidas – ia confirmando o acesso.
Aos 49, quando o árbitro apontou o centro do gramado e apitou pela última vez, uma onda verde e branca invadiu o gramado e a emoção tomou conta de todos os presentes na Arena Condá. A partir dali, cada abraço e cada lágrima traduziram o sentimento de uma cidade inteira: a Chapecoense estava de volta ao seu lugar. O acesso não foi apenas uma vitória em campo, mas a confirmação da força, da união e da resiliência que sempre caracterizaram o clube.
Foto: Rafael Bressan/ACF






