A equipe sub-15 da Chapecoense disputará, na próxima quarta-feira (21), a quarta final na história do Campeonato Catarinense da categoria. O palco da primeira partida será a Arena Condá e o torcedor terá a chance de apoiar os jovens atletas do Verdão na grande final. Na busca pelo segundo título, a equipe alviverde contará com o comando de Nivia Maria Bezerra de Lima, que, na partida decisiva contra o Avaí, poderá escrever uma história à parte.
Nivia e Chapecoense têm memórias de muitos anos. A ex-atleta de futebol de campo e salão chegou às terras do Oeste Catarinense no ano de 2011, para atuar especialmente na Female. Natural de São Lourenço da Mata, a pernambucana representou em quadra durante um ano as cores da equipe multicampeã mundial de futsal. Em 2012, Nivia encerrou sua carreira como defensora e ingressou como treinadora na Escolinha da Chape na categoria sub-12, na qual – com o passar dos anos – transitou por todos os subs. “Tive a oportunidade de entrar na categoria sub-15 no ano passado [2021]”, contou que foi sua primeira experiência nesse grupo.
Na temporada passada, Nivia comandou a equipe alviverde na disputa de três competições: BG Prime, Copa Santa Catarina e Brasileiro. No retrospecto, dois canecos erguidos e um vice-campeonato, respectivamente, foram conquistados. Para a treinadora, o Brasileiro foi especial por se tratar de a Chapecoense ser o primeiro time catarinense a disputar, representar e subir ao pódio em nível nacional na competição. “Fico feliz pela campanha feita, conseguimos que os atletas destaques fossem negociados e evoluíssem em suas formações, na qual trouxeram retornos positivos para o clube”, destacou a treinadora. Em campanha espetacular, a equipe sofreu o revés na final nos pênaltis para o Cruzeiro.
Treinadora alviverde há 10 anos, Nivia soma conquistas expressivas em campo e também fora dele. Ao ingressar na Chapecoense, tornou-se a primeira treinadora mulher a comandar uma equipe de base masculina de um time de elite brasileira. “Eu faço o processo contrário”, declarou ao analisar que existem várias treinadoras mulheres nas quais trabalham com futebol feminino. “Desde que iniciei minha carreira como técnica, a minha prioridade sempre foi trabalhar com o futebol masculino”, relatou. A pernambucana também treinou a equipe feminina da Chapecoense e garantiu ter sido uma ótima experiência. “Fico feliz em ser a pioneira e poder representar a mulher no futebol brasileiro. Que meu trabalho possa abrir portas para mais mulheres”, citou.
Segundo a treinadora, a montagem do elenco para essa temporada foi desafiadora para a comissão técnica, pois no início do ano – devido às campanhas de destaque em 2021 – vários atletas acabaram deixando o clube. “Conseguimos durante a competição montar um time, evoluímos como equipe e crescemos no campeonato”. Afirma que o primeiro objetivo era classificar entre as oito equipes superiores do Estado, ao meio dessas, buscar a melhor colocação possível – segunda colocada na classificação geral – e poder mostrar nesta final toda a evolução grupal em disputa igualitária contra o time da Capital.
DECISÃO NA ARENA
“Eles estão sonhando com isso”, afirmou ao mencionar os ânimos dos atletas em disputar sua primeira partida dentro da Arena Condá. Citou que a grande expectativa é poder representar as cores da Chapecoense e fazer história dentro de casa. Devido a Copa do Mundo, a disputa do Campeonato Catarinense foi antecipado e esta será a primeira final do ano da categoria para o time do Oeste.
Melhor que decidir em casa é decidir com a torcida presente. Nivia convida a comunidade chapecoense para acompanhar e incentivar os atletas do clube: “Para eles, já é um sonho jogar na Arena e com o apoio da torcida será muito importante para a vida de cada um”. Garantiu que em todos os momentos quem estará com os olhos voltados para a partida terá orgulho pois a equipe está bem preparada para representar a Chapecoense. “Ficará marcado na vida de cada jogador como na vivência de Chapecó”, conclui a treinadora.
NÚMEROS NO CAMPEONATO CATARINENSE
PARTIDAS | 15 |
VITÓRIAS | 08 |
EMPATES | 05 |
DERROTAS | 02 |
GOLS MARCADOS | 27 |
GOLS SOFRIDOS | 12 |
SALDO | 15 |
Por Carla Cenci e Alessandra Seidel
Assessoria Chapecoense de Base